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08/01/2020 09:01

Capacitação e investimentos em piscicultura são os destaques da Bahia Pesca em 2019

O ano de 2019 foi desafiador para a Bahia Pesca. A empresa foi surpreendida, junto com os pescadores e marisqueiras baianos, pela mancha de óleo que afetou todo o litoral do estado, prejudicando mais de 30 mil profissionais da pesca.

“Foi um momento complicado, mas não titubeamos. Compreendemos que o Governo Federal precisava fazer a sua parte, por isso iniciamos o cadastramento de todos os pescadores e marisqueiras prejudicados. As informações serão enviadas ao Ministério da Agricultura, para que o Governo Federal desenvolva políticas compensatórias emergenciais que atendam a todos os pescadores e marisqueiras das áreas atingidas”, explica o diretor da Bahia Pesca, Marcelo Oliveira.

Os pescadores foram afetados diretamente, pela mancha de óleo em seus locais de trabalho, mas também indiretamente, com a queda na venda de peixes e mariscos. “A população estava receosa de adquirir os produtos. É compreensível. Por isso, mesmo não sendo de sua responsabilidade, a Bahia Pesca fez a coleta de peixes e mariscos em todo o litoral da Bahia, para informar à população se havia mesmo contaminação”, afirma Marcelo.

A análise foi feita pelo Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro), da Ufba. O resultado indica que 99% dos animais coletados não estão contaminados com hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) em níveis acima dos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como seguros.

Os resultados já foram enviados para as agências de vigilância sanitária, que têm competência para se manifestar sobre segurança do consumo.

Foram analisadas 71 amostras, a exemplo de ostras, caranguejos, siris, camarão e peixe,  entre os dias entre 24 de outubro e 20 de novembro. As coletas aconteceram em Conde, Jandaíra, Entre Rios, Salvador, Itaparica, Vera Cruz, Camaçari, Belmonte, Porto Seguro, Taperoá, Nilo Peçanha, Canavieiras, Ilhéus, Itacaré, Maraú, Cairu, Valença, Jaguaribe, Igrapiúna, Ituberá, Camamu, Caravelas, Alcobaça, Prado e Santa Cruz Cabrália.


Fomento à piscicultura continua

A Bahia Pesca criou uma força-tarefa para lidar com a mancha de óleo, mas seus trabalhos rotineiros de fomento à pesca e à piscicultura não foram interrompidos. A empresa distribuiu, até dezembro, mais de seis milhões de alevinos para mais de cinco mil famílias de todo o estado. Os peixes são produzidos nas estações de piscicultura da companhia. As espécies trabalhadas são tilápias, tambaquis, tambacus e carpas.

Mas essa distribuição é acompanhada de algo ainda mais importante: capacitação. Por isso, a empresa terminará o ano com mais de 20 cursos realizados, beneficiando 1.200 pessoas. Alguns dos cursos oferecidos gratuitamente pela empresa foram os de piscicultura, ostreicultura e empreendedorismo.

Adicionalmente, o trabalho de assistência técnica também não parou. Em 2019 quase 3.000 famílias receberam o apoio da empresa.

Além dos peixes, a Bahia Pesca distribuiu também, nos manguezais baianos, quase três milhões de “megalopas” (caranguejos jovens, bem pequenos, na segunda fase de desenvolvimento). As megalopas foram cultivadas no laboratório da empresa, na Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro.


DAPs

Cerca de 1.400 pescadores e aquicultores baianos receberam Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) emitidos pela Bahia Pesca em 2019. Com a DAP o pescador e o aquicultor é reconhecido como produtor rural e pode acessar diversos programas do governo federal para desenvolvimento da pesca e aquicultura, como financiamentos com baixas taxa de juros e programas de habitação popular.


Equipamentos de pesca e comercialização

A empresa identificou, ao longo do ano, diversas comunidades que, por questões financeiras, não estavam conseguindo implementar seus projetos de piscicultura ou estavam com dificuldades para comercializar o fruto do seu trabalho.

Para aumentar a produtividade e impulsionar a venda do pescado, a Bahia Pesca doou mais de 250 equipamentos ao longo do ano, beneficiando cerca de 800 famílias. Os equipamentos incluem kits de mariscagem (com carrinho de mão, caixa térmica, falcão e balde), equipamentos de proteção para marisqueiras (chapéu, calça e camisa com proteção UV, bota e luva de neoprene), freezers e motores, dentre outros itens.


Linha de crédito

Piscicultores de Itaetê (a 390 km de Salvador) começaram a receber em setembro os recursos da linha de crédito disponibilizada pelo Desenbahia, com o apoio da Bahia Pesca (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura) para a região. Nesta primeira etapa 20 famílias de agricultores rurais foram beneficiadas com R$ 400 mil.

O dinheiro será utilizado na implantação de sistemas de criação de peixes em tanque rede na Barragem Bandeira de Melo. Cada produtor beneficiado com o financiamento será responsável por uma unidade de produção contendo seis tanques rede.

“Os desafios são grandes, mas a vontade de melhorar a vida dos baianos é maior ainda”, complementa Marcelo Oliveira.

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